A Festa Junina
Na época da colonização do Brasil, após o ano de 1500, os portugueses introduziram em nosso país muitas características da cultura europeia, como as festas juninas.
Mas o surgimento dessas festas foi no período pré-gregoriano, como uma festa pagã em comemoração à grande fertilidade da terra, às boas colheitas, na época em que denominaram de solstício de verão. Essas comemorações também aconteciam no dia 24 de junho, para nós, dia de São João.
Essas festas eram conhecidas como Joaninas e receberam esse nome para homenagear João Batista, primo de Jesus, que, segundo as escrituras bíblicas, gostava de batizar as pessoas, purificando-as para a vinda de Jesus.
Assim, passou a ser uma comemoração da igreja católica, onde homenageiam três santos: no dia 13 a festa é para Santo Antônio; no dia 24, para São João; e no dia 29, para São Pedro.
Os negros e os índios que viviam no Brasil não tiveram dificuldade em se adaptar às festas juninas, pois são muito parecidas com as de suas culturas.
Aos poucos, as festas juninas foram sendo difundidas em todo o território do Brasil, mas foi no nordeste que se enraizou, tornando-se forte na nossa cultura. Nessa região as comemorações são bem acirradas - duram um mês, e são realizados vários concursos para eleger os melhores grupos que dançam a quadrilha. Além disso, proporcionam uma grande movimentação de turistas em seus Estados, aumentando as rendas da região.
Com o passar dos anos, as festas juninas ganharam outros símbolos característicos. Como é realizada num mês mais frio, passaram a acender enormes fogueiras para que as pessoas se aquecessem em seu redor. Várias brincadeiras entraram para a festa, como o pau de sebo, o correio elegante, os fogos de artifício, o casamento na roça, dentre outros, com o intuito de animar ainda mais a festividade.
As comidas típicas dessa festa tornaram-se presentes em razão das boas colheitas na safra de milho. Com esse cereal são desenvolvidas várias receitas, como bolos, caldos, pamonhas, bolinhos fritos, curau, pipoca, milho cozido, canjica, dentre outros.
A Linguagem Caipira
Assim como sua própria cultura, no Brasil também existe uma linguagem própria entre os caipiras. Essa linguagem é falada no interior do estado de São Paulo e em parte dos estados do norte do Paraná, leste do Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais, sul de Goiás e do sul do Rio de Janeiro, no Brasil.
Abancar-se: sentar-se
Abênça: benção
Abestalhado: tolo, abobalhado.
Acavalado: disforme, grandalhão, avantajado
Acochar: rosquear
Aguacero: bastante água. (ex: “Não deu prá ir lá, tava o maior aguacero na estrada.”)
Amancebado: amigado, juntado
Antisdonte: antes de ontem
Aprontar: - (CENSURADO)
Arreda: parecido com “sair” (ex: “Arreda prá lá, sô!”)
Atarracado: pequeno
Até na orêia: repleto, cheio, demais.
Bafafá: bate-boca.
Baita: grande, bonito
Balofo: gorducho.
Banzé: briga, encrenca
Bardeá: carregar
Batê perna: sair, passear
Belzonti: capital de Minas Gerais
Berrano: gritando
Bicha: lombriga
Bom dimás: muito bom
Bucho: barriga
Buquira: a cidade de Monteiro Lobato
Campeá: procurar
Carcar: colocar alguma coisa a força
Carecer: precisar
Carniça: pessoa chata
Carpi: capinar
Casopô: caixa de isopor
Catá no pulo: apanhar no flagrante
Catiça: mau olhado, azar
Catombo: calombo, caroço
Caudisquê: por causa de quê
Chamego: namoro
Chique no urtimo: elegante, bem vestido
Chispá daqui: ir embora
Chorá Pitanga: lamuriar-se
Chuçar: cutucar
Coió: bobo
Confórfô eu vô: conforme for, eu vou
Cosca: cócega
E assim continua o dicionário dos caipira, sô.
A Quadrilha da Festa Junina
A quadrilha brasileira tem o seu nome de uma dança de salão francesa para quatro pares, a "quadrille", em voga na França entre o início do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. A "quadrille" francesa, por sua parte, já era um desenvolvimento da "contredanse", popular nos meios aristocráticos franceses do século XVIII. A "contredanse" se desenvolveu a partir de uma dança inglesa de origem campesina, surgida provavelmente por volta do século XIII, e que se popularizara em toda a Europa na primeira metade do século XVIII.
Ao longo do século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com danças brasileiras pré-existentes e teve subsequentes evoluções (entre elas o aumento do número de pares e o abandono de passos e ritmos franceses). Ainda que inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento no Brasil rural (daí o vestuário campesino), e se tornou uma dança própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste. A partir de então, a quadrilha, nunca deixando de ser um fenômeno popular e rural, também recebeu a influência do movimento nacionalista e da sistematização dos costumes nacionais pelos estudos folclóricos.
A "quadrille" veio para o Brasil seguindo o interesse da classe média e das elites portuguesas e brasileiras do século XIX por tudo que fosse a última moda de Paris (dos discursos republicanos de Gambetta e Jules Ferry, passando pelas poesias de Victor Hugo e Théophile Gautier até a criação de uma academia de letras, dos belos cabelos cacheados de Sarah Bernhardt até ao uso do cavanhaque).
O nacionalismo folclórico marcou as ciências sociais no Brasil como na Europa entre os começos do Romantismo e a Segunda Guerra Mundial. A quadrilha, como outras danças brasileiras tais que o pastoril, foi sistematizada e divulgada por associações municipais, igrejas e clubes de bairros, sendo também defendida por professores e praticada por alunos em colégios e escolas, na zona rural ou urbana, como sendo uma expressão da cultura cabocla e da república brasileira. Esse folclorismo acadêmico e ufano explica duma certa maneira o aspecto matuto rígido e artificial da quadrilha.
No entanto, hoje em dia, essa artificialidade rural é vista pelos foliões como uma atitude lúdica, teatral e festiva, mais do que como a expressão de um ideal folclórico, nacionalista ou acadêmico qualquer. Seja como for, é correto afirmar que a quadrilha deve a sua sobrevivência urbana na segunda metade do século XX e o grande sucesso popular atual aos cuidados meticulosos de associações e clubes juninos da classe média e ao trabalho educativo de conservação e prática feito pelos estabelecimentos do ensino primário e secundário, mais do que à prática campesina real, ainda que vivaz, porém quase sempre desprezada pela cultura citadina.
Espero que tenham gostado, sô!
Equipe do @iCrazy.com
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